sábado, 13 de setembro de 2008

Um texto sobre cachorros


Gizmo
Originally uploaded by Dragan*
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terça-feira, 9 de setembro de 2008

texto


A Cidade das Pontas, originally uploaded by Salsa 碇シャカ.

escreve o texto adiciona o texto

sábado, 31 de maio de 2008

Status sagrado e alienação

A idolatria a máquina, assim como um status sagrado atribuído aos objetos técnicos na perspectiva de Gilbert Simondon (1958) esta relacionado a um exclusão destes objetos do mundo das significações. Esta exclusão se sustenta na falsa premissa da separação entre homem e máquina, entre a técnica e a cultura.

Nesta direção o desconhecimento da natureza e essência das máquinas, e sua ausência do mundo da significações, produz num grande processo de alienação. Ao se referir as máquinas semióticas, ou máquinas dedicadas à tarefa da representação, Machado afirma: afirma que :

“...elas falam, elas determinam modos de percepção, elas incutem ideologias pelo que têm de saber materializado em suas peças e circuitos, pela sua maneira particular de tornar sensível o mundo de que elas são a mediação e pela sua específica resolução do problema da codicação deste mundo” (1993, p. 35).

Machado sugere por exemplo que a câmera fotográfica é determinante de um perspectiva renascentista, um olho abstrato, espécie de “escopocentrismo”. Há uma inteligência inscrita na câmera e que aparece em qualquer foto, independente de quem fotografa. Desta forma a máquina é mais que um artefato mecânico, é a “materialização de um processo mental, um pensamento que tomou corpo e ganhou existência autônoma”.

Simondon observa que o “A realidade humana reside nas máquinas assim como as relações humanas são fixadas e cristalizadas em sua estruturas funcionais” (1958, p. 4). O universo das máquinas intermedia a relação ente os homens e a natureza . A noção do objeto técnico, como algo distante, não familiar, oculta toda a realidade dos esforço humanos na natureza na construção destes objetos.

As novas formas de alienação surgem não apenas da forma como as máquinas intermediam as relações entre homens e natureza, mas cada vez mais como as relações dos homens são intermediadas entre si com o advento das redes e do ciberespaço. O conhecimento da natureza e essência desta intermediações pressupõe a inclusão no universo das significação não apenas da máquinas, mas igualmente o softwares e as estruturas de comunicação.

Se pensarmos na perspectiva de Vygotsky (1998) o controle da Natureza e o controle do comportamento estão interligados, a intervenção do homem sobre a natureza altera a própria natureza humana. Da mesma forma podemos concluir que o uso de signos e a maneira que estes signos circulam neste mundo da maquinas semióticas também condiciona uma estrutura particular de comportamento e cria processos psicológicos enraizados na cultura.

sábado, 12 de abril de 2008

Debate: O fim do Livro (livro impresso) - Parte II

O futuro do livro impresso

O escritor, professor e consultor de tecnologia Clay Shirky, publicou um artigo chamado The Future of the Book onde ele levanta algumas possibilidades sobre futuro do livro impresso, nesta perspectiva ele ressalta que legibilidade como a grande qualidade deste suporte e que justificaria a sobrevivência do texto impresso frente a disseminação dos textos eletrônicos.

A tinta sobre o papel teria uma melhor contraste que as telas do computadores, em qualquer angulo ou sobre a luz natural. Shirky cita um estudo da Xerox que sugere maioria dos documentos em escritórios, são utilizados apenas quando estão impressos, pois esta condição reforça sua legibilidade, mesmo levando em conta que o impresso eletrônico possui maior capacidade de armazenamento, transporte e organização.

Desta forma a grande vantagem para leitura do impresso se contrapõem as desvantagens que são necessariamente seu peso, seu volume, sua dificuldade para pesquisar, modificar, compartilhar, copiar e transportar.

Desta forma o autor vislumbra que num futuro breve, diminuirá a confiança no papel para as coisas em que ele é desvantajoso, desta forma todo material escrito será armazenado em formato digital, até o momento que alguém deseje ler, quando seria utilizado um sistema de impressão de livros on-demand. Neste sentido a adoção deste processo pelas livrarias reduziria os custos, no aspecto que não haveria "nenhuma despesa de frete ou de esperar pelo frete ou de armazenagem ou estocagem e, criticamente, não haveria nenhum vendedor fora do próprio livro, nem a devolução de cópias não utilizadas.

Em decorrência as bibliotecas se transformariam um banco de dados com impressoras, e poderiam se instalar em pequenos locais, ou mesmo para manter a navegabilidade espacial manter apenas um livro impresso de cada obra. O livro seria um objeto produzido "just in time" o que incentivaria práticas já existentes na música como a produção de "mix-tapes" ou "playlists" de contos ou ensaios de seus autores favoritos para compartilhar com os amigos.

Neste processo, novos escritores e pensadores alternativos poderiam ganhar espaço e sair da condição marginal que possuem na atual cultura do livro.

Segundo esta abordagem podemos entender que o futuro dos livros impressos esta relacionado com uma integração com formato digital, equilibrando vantagens e desvantagens de ambos os meios. Para Shirky os maiores beneficiados são os leitores.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Debate: O fim do Livro (o livro impresso) - Parte I

Alguns comentários adicionais ao debate:

Definição do que é livro.

A palavra latina Liber significa Livro. Numa conceituação mais abrangente que a normalmente adotada, porém mais fiel a origem da palavra poderíamos denominar como livro, qualquer dispositivo de fixação do pensamento, seja um rolo pergaminho, tábuas de madeira, ou até mesmo um DVD, ou conteúdos armazenados em banco de dados e disponíveis na internet. No debate em questão delimitamos este conceito ao livro impresso, pensando no formato que se disseminou a partir século XV com a invenção da imprensa de Gutemberg. Este modelo é uma derivação do códice cristão, o suporte que em determinado momento foi escolhido para registrar as escrituras sagradas se caracterizava por ser um pergaminho recortado com folha soltas, costuradas ou coladas e encadernadas com algum material mais duro, como forma de se diferenciar da literatura pagã. Com a expansão do cristianismo, a palavra Liber perdeu seu significado abrangente e passou a designar apenas o modelo do codice cristão. (MACHADO, 1994).

O simbolismo do livro impresso.

Tendo em vista o exposto acima, podemos sugerir a ameaça ao livro se configura como uma ameaça a um objeto sagrado, tanto por sua origem religiosa do códice cristão, mas igualmente por uma tradição humanista acumulada durante muito tempo. Sendo este última, representado pelo contato com os livros, entendido como um ato que o indivíduo se dispõe a uma meditação silenciosa na qual tem contato com um universo de valores éticos, estéticos, buscando não somente a contemplação, mas processar a busca de sabedoria a respeito do sentido da vida. Com advento dos computadores, este “corpo sagrado” do livro se dissolve na transformação do real para o virtual, do táctil para o digital, pela fragmentação, por uma nova forma de humanidade (BELLEI, 2002).

A velocidade, o desaparecimento do livro e da realidade

Para Paulo Virilio, a instantaneidade da imagem em tempo real provoca o perecimento da palavra (do verbo), neste sentido propõe que “a aceleração tecnológica operou, em primeiro lugar, a transferência da escrita para a palavra falada – da carta e do livro para o telefone e o radio...” (1999, p. 73)

Nesta perspectiva pessimista a ameaça ao livro se daria por “uma morte prematura de toda língua viva”. A aceleração substitui o conversar, o pensar e o escrever, pelo fazer simultâneo de todas estas coisas de maneira cada vez mais rápida.

A falsa inércia do suporte impresso e o início de práticas não-lineares

Mas antes do surgimento do Hipertexto, nos séculos XVI e XVII já ocorriam fenômenos de escrita coletiva como aponta (BURKE, BRIGGS 2004, p. 76) através dos manuscritos onde os copistas alteravam o original e como também com o advento das marginálias (CHARTER, 2002, p. 14) onde os leitores faziam anotações na margens de livros antigos proporcionado uma leitura não linear do texto e gerando conteúdo para futuros leitores dos livros paralelamente ao texto original numa estrutura semelhante aos atuais comentários de Blogs.

Nesta perspectiva a criação de enciclopédia de Diderot no século XVIII propôs um forma mais dinâmica do acesso aos conteúdos, com sua estruturação de entradas em ordem alfabética e com índices e palavras chaves os quais conectam um trecho a qualquer outro trecho. Seria um livro-máquina ou livro-farol (MACHADO, 1994).

Para Santaella (2005) as arquiteturas hipertextuais e linguagem digital presente nas redes de computadores nos possibilita "a capacidade de armazenar a informação catalogada e, através da interação do receptor, transmutar-se em incontáveis versões virtuais que vão brotando na medida mesma em que o receptor se coloca em posição de co-autor. Isso só é possível devido a estrutura de caráter hiper, não sequencial, multidimensional que de suporte as infinitas opções de um leitor imersivo".

Por outro lado,Ted Nelson criador do termo hipertexto nos anos 60 faz abordagem crítica à Internet atual, ao ressaltar a falta de dinamismo, nesta perpectiva ele sugere que há uma limitação motivada pela "tentativa de imitar o papel" que produz uma superfície bidimensional com poucos links, e estes links são unidirecionais, quando poderiam ser multidirecionais conforme seu projeto inicial "Xanadu" (Apud Aquino, 2006).

Referências:

AQUINO, Maria Clara. Um resgate histórico do hipertexto. 404notfound - Publicação do Ciberpesquisa - Faculdade de Comunicação da UFBA. Salvador. ano 6, v. 1, n. 55,•2006.
Disponível em: http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/404nOtF0und/404_55.htm. Acesso em 01 setembro 2007


BELLEI, Sérgio Luís Prado. O fim do livro e o livro sem fim. Revista Brasil de Literatura, Rio de Janeiro, RJ, v. III, p. 1-16, 2001


BURKE, Peter. BRIGGS Asa. Uma história social da mídia - De Gutenberg à Internet. Tradução: Maria Carmelita Pádua Dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2004


CHARTIER, Roger. Os desafios da escrita.Tradução: Fulvia M. Moretto. São Paulo. Editora UNESP, 2002.


MACHADO, Arlindo. Fim do livro?. Estud. av. , São Paulo, v. 8, n. 21, 1994 . Disponível em: . Acesso em: 08 Abril 2008.


SANTAELLA, Maria Lucia. Potenciais e desafios da sociedade informacional. In: IX CONGRESSO MUNDIAL DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE E BIBLIOTECAS. Potenciais e Desafios da Sociedade Informacional. Salvador. 2005.
Disponível em : http://www.icml9.org/program/ . Acesso em 10 nov. 2007.


VIRILIO, Paul. A Bomba informática. Tradução: Luciano Vieira Machado. São Paulo, Editora Estação Liberdade, 1999.

Breve história do hipertexto

Em 1945 Vannevar Bush concebeu uma idéia ancestral ao Hipertexto no artigo As We May Think onde afirmava que o ritmo vertiginoso da soma dos conhecimentos, estava em descompasso com a evolução dos meios de armazenamento e acesso a dados, e sendo assim, imaginou uma máquina capaz de estocar grande quantidades de informações, que fossem fácil e rapidamente localizáveis. Com este invento ele esperava suprir as falhas da memória humana com um artefato mecânico.

Posteriormente Ted Nelson escreveu um manifesto Computer Lib (1974), onde propôs os princípios do que hoje conhecemos como hipertexto gerando informações interligadas. Ted trabalhou muitos anos no sistema utópico Xanadu, que seria uma ambiente auto-evolutivo que vincularia toda informação presente e futura do Planeta (CASTELLS, 2001, P. 18)

Mas 1990 Tim Berners Lee criou o Word Wide Web – WWW. que possibilitou uma melhor organização nos sites da Internet, classificando-os por informação e não por localização e oferecendo aos usuários um sistema fácil pesquisa. Logo surgiram outros recursos como HTML, URL, HTTP, novos navegadores, o mundo inteiro absorveu a Internet criando uma verdadeira teia mundial (CASTELLS, 1999, p 88).

Referências:

BUSH, Vannevar. As We May Think. Atlantic Monthly, v. 176, n. 1p. 101-108, 1945. Disponível em : . Acesso em 03 abril 2008.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede - a era da informação: economia, sociedade e cultura. 7a. ed. Tradução: Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e Terra, 1999, v.1.

--------------------------. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Tradução: Maria Luiza X. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

sábado, 15 de março de 2008

A trapaça do Design

O filósofo Vilém Flusser (2007), em seu texto “Sobre a palavra design” sugere que o design faz com que toda cultura seja uma trapaça. Analisaremos brevemente alguns aspectos deste ensaio relacionado-os com a teoria sócio-histórica de Vygotsky.

Utilizando como exemplo a alavanca, Flusser afirma que o seu design é uma imitação do braço, um braço artificial que busca enganar a natureza por meio da técnica.

“Esse é o design que esta na base de toda cultura: enganar a natureza por meio da técnica” .(FLUSSER, p.184)

Neste sentido Engels em seu trabalho “A dialética da Natureza” afirma que a especialização da mão, conforme (1976, p.40), resulta na surgimento do instrumento (ferramenta), “e o instrumento implica a atividade especificamente humana, a reação transformadora do homem sobre a natureza... O Homem difere dos outros animais porque faz com que a natureza sirva aos seus propósitos, dominando-a". Para Flusser, um ser humano é um design contra a natureza.

A função de elemento mediador nos processos de interação do homem e seu ambiente atribuída por Engels aos “instrumentos”, foi estendida aos signos pelo psicólogo russo Vygotsky (1984, p.9). Em sua teoria sócio-histórica desenvolvida em colaboração com o neuropsiquiatra Luria “os sistemas de signos (a linguagem, a escrita, o sistema de números), são criados pelas sociedades ao longo do curso da história humana e mudam a forma social e o nível de seu desenvolvimento cultural”. A analogia entre o signo e o instrumento esta fundamentada na função mediadora presente nestes conceitos.

Para Vygotsky o controle da Natureza e o controle do comportamento estão interligados, a intervenção do homem sobre a natureza altera a própria natureza humana. Da mesma forma o uso de signos condiciona o ser humano a uma estrutura particular de comportamento e cria processos psicológicos enraizados na cultura.

Neste contexto podemos pensar na função mediadora do design, que por meio da superação da separação entre arte e técnica, nos proporciona viver de modo cada vez mais artificial (mais bonito), substituíndo o que é autêntico por artefatos artificiais perfeitos ( Flusser, 2007). Se pensamos na abordagem de Vygostsky podemos sugerir que o design modifica a forma social e o desenvolvimento cultural das sociedades o que resulta no condicionamento do comportamento.

“Graças a palavra design toda cultura é uma trapaça, de modo que somos trapaceiros trapaceados, e de que todo envolvimento com a cultura é uma espécie de auto-engano” (FLUSSER, p. 185).

Para Marx (1988, p. 204) os homens “usam as propriedades mecânicas, físicas e químicas dos objetos, fazendo-as atingirem como forças que afetam outros objetos no sentido de atingir seus objetivos pessoais”.

Flusser, ao fazer uma auto-análise dos objetivos de seu ensaio, se propõe a uma confissão: de que seu texto segue um design determinado: Revelar aspectos pérfidos e ardilosos da palavra design que normalmente ocultados. Se tivesse optado por outro design provavelmente chegaria a uma explicação totalmente distinta e igualmente plausível. Desta forma afirma Flusser: “tudo depende do design”.

Referências:


ENGELS, Friedrich. A dialética da natureza. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

MARX, Karl. O Capital - crítica da economia política. Livro 1, Volume I. 14 ed. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil , 1994

VIGOTSKI, Lev Semenovich. A formação social da mente: O desenvolvimento de processos psicológicos superiores. Tradução: Jose Cipolla Neto. São Paulo: Editora Martins Fontes, 6a. ed. 1998.